Depois de tanto tempo longe, agora posso me suportar em escrita análoga à ânsia.
Coisas desse mundo, dinheiro, carro, aluguel, apartamento e aquilo que sabemos: o homem é fruto do meio em que ele vive. Por isso, para poder sobreviver, tive de ter um período de adaptação. Agora, adaptado, retorno rapidamente (daí o título, certo?) a escrever.
Queria deixar uma dica incrível: o diário de Kenneth Tynan, crítico britânico, que saiu publicado nas edições de outubro e novembro da Piauí. Nelas, o crítico à beira da morte destila seu veneno nas beldades de Hollywood, passa noites com Truman Capote, a realeza britânica e um pitaco de gente aqui e ali. Vale muito para quem devora Paulo Francis, como eu. Ali, podemos entender de onde nasceu a verve do escritor ácido, rápido no jogo de palavras, persuasivo, descontente e turrão com o próprio leitor. Um banho de cinismo à moda de Francis.
os textos estão contidos no seu diário, feito durante boa parte da vida, mas editado apenas em 2002, sem tradução para o português.
Vale a pena conhecer Tynan. Tem dias que é noite. Melhor passá-los com Tynan.
